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Análise: Cruzeiro comete erros em todas as fases do clássico e tem lições para início de trabalho
Esporte
Publicado em 16/02/2024

Time cometeu erros na saída de bola, na transição defensiva e foi "torto" no ataque; ponto positivo foi a reta final do primeiro tempo

 

O Cruzeiro perdeu a primeira partida sob o comando de Larcamón. Levou 2 a 0 do América-MG, com quase 40 mil torcedores no Mineirão, em uma noite de atuação com erros em todos os aspectos do jogo. Cenário importante para manter os pés no chão sobre o momento inicial de trabalho.

O Cruzeiro começou com muitas dificuldades, teve retomada e indícios de crescimento no primeiro tempo, mas foi amplamente dominado na segunda etapa. Sempre com erros importantes. Perdeu porque foi inferior.

No início da partida, o time teve extrema dificuldade para vencer a marcação pressão do América. A saída de bola, preponderante para a construção da vitória sobre o Atlético-MG, por exemplo, demorou a encaixar. Rafael Cabral errou dois passes, e o Cruzeiro não saiu atrás, logo nos primeiros cinco minutos, por falta de pontaria adversária.

Aos poucos, conseguiu ajustar essa situação, com Lucas Romero se aproximando dos zagueiros e Matheus Pereira recuando para organizar próximo aos volantes. A partir dos 20 minutos, o Cruzeiro começou a ter mais volume. Aproveitando do lado esquerdo, com Arthur Gomes e Marlon, criou chances, mas pecou no acabamento.

Mesmo quando igualou – e até superou – o adversário dentro de campo, o Cruzeiro demonstrou dificuldades no aspecto defensivo. Ainda que o América não tenha criado novas oportunidades claras, o time celeste tinha uma transição defensiva lenta, gerando possibilidades reais de mano a mano, que acabaram não concretizadas por erros do rival na execução das jogadas, principalmente na linha de meias.

O Cruzeiro terminou o primeiro tempo dando indícios de que poderia, de vez, se estabilizar no jogo, desde que corrigisse o acabamento ofensivo e a transição defensiva. Mas, na prática, foi dominado pelo rival na segunda etapa, quando fez um jogo pobre.

O América soube alternar bem a marcação sobre a saída do Cruzeiro que, por vezes, não sabia o que fazer com a bola. Diante de um rival com linhas bem postadas no campo defensivo, os defensores celestes tinham campo para condução, mas com poucas opções de passe. A bola “batia no muro” e voltava. Havia espaço para contra-atacar.

 

E esses espaços aumentaram após o gol Renato Marques, nascido da perda de posse de Matheus Pereira e encerrado com uma finalização de cobertura em cima Rafael Cabral. O jogo ficou ainda mais propício para o que o América propunha naquele momento, e o Cruzeiro não soube superar.

O time de Larcamón até conseguiu algumas chegadas pelo lado esquerdo, com cruzamento e finalização de Matheus Pereira, além de um cruzamento de Marlon que não foi concluído por Dinenno. Mas, ainda que tenha buscado um abafa, era inferior. As substituições do técnico não funcionaram individual e coletivamente, e o gol de Varanda, já na parte final, foi a pá de cal.

Em nenhum momento de vitória neste início de ano, houve qualquer indício externado pelo Cruzeiro de que tudo estava certo. Mas, a derrota para o América, pela forma como foi construída, é importante para manutenção de pés no chão em um início de trabalho.

Defensivamente, o meio-campo precisa de atenção. Lucas Romero melhorou o setor, mas ainda necessidade de companhia para combater. Ofensivamente, o Cruzeiro precisa explorar melhor as valências de Marlon, que é desperdiçado quando está preso na linha de defensores. Além disso, ainda sem encaixar um ponta pela direita, fica sendo um time dependendo da ala esquerda, com Arthur Gomes.

Tudo isso, e também outros problemas que aparecerão no decorrer dos jogos, é normal para um time que tem menos de dois meses de trabalho e um elenco ainda em formação. O Cruzeiro ganha qualidade com as peças que chegam e precisa ainda de um pouco mais, principalmente no setor ofensivo. Coletivamente, cabe a Larcamón ajustes que já se mostram necessários.

Fonte:GE

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