Bombeiros de Minas usam técnicas aplicadas em Brumadinho e Mariana para combater incêndios no estado
A cada três minutos, as equipes recebem um chamado de combate a chamas em Minas Gerais.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) trabalha para controlar os incêndios que tomaram o estado com as mesmas ferramentas e estratégias usadas em grandes desastres, como nos rompimentos das barragens de Brumadinho e Mariana.
O país passa por um das das piores crises ambientais relacionadas à alta no número de queimadas
Sala de monitoramento dos focos de incêndio, usando tecnologia de satélite. — Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
Sala de monitoramento dos focos de incêndio, usando tecnologia de satélite. — Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
O trabalho dos bombeiros envolve o uso de tecnologia avançada para observação de áreas de vegetação. Com o auxílio de um satélite da Nasa, a corporação monitora focos de calor, ajudando na eficácia nos combates aos incêndios, seja por solo ou com ajuda de aeronaves.
"São as mesmas ferramentas e gerenciamento de rompimento de barragens, por exemplo. Recebemos demandas altíssimas em períodos chuvosos, colapsos de estrutura, e trabalhamos com as mesmas ferramentas nesses incêndios", afirmou o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
Bombeiros de Minas Gerais combatem incêndio em vegetação — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros MG
'Setembro rigoroso'
A cada três minutos as equipes recebem um chamado de combate a incêndio em vegetação. A maior parte ocorre aos fins de semana (veja mais abaixo). Atualmente, o efetivo é de 6.014 militares em todo o estado.
No mês de agosto, mais de dois mil focos de queimadas foram registrados no estado. Esse número representa um aumento de 107% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando ocorreram 1.029 focos de incêndio em vegetações.
Além disso, ainda segundo a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), agosto de 2024 atingiu a maior taxa de queimadas dos últimos 13 anos no estado.
Focos de incêndio em local de difícil acesso — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros MG
Grande parte desses incêndios ocorre em matas fechadas e de difícil acesso. Quando não é possível a chegada por meio de viaturas ou helicópteros, os militares combatem o fogo pelo solo, carregando nas costas uma mochila com 20 litros de água.
"A água das viaturas nem sempre é a principal forma de combate. Os caminhões só conseguem combater onde tem uma estrada. Fora isso, é um galão nas costas do militar, isso dá uma ideia da dimensão do nosso trabalho", contou.
Nesta quinta-feira (5), a corporação combatia incêndios em 11 áreas de preservação em Minas Gerais.
Neste mês de setembro, os bombeiros têm atendido cerca de 500 ocorrências por dia. Mais de 90% desses incêndios são provocados pelo ser humano.
A orientação dos militares é que a população observe o real cenário dos focos de incêndio para que o combate às chamas continue sendo feito em áreas de maior prioridade.
"Percebemos que esses chamados intensificam muito aos finais de semana, às segundas e terças-feiras, e isso é resultado da ida do homem na vegetação. As pessoas não podem causar qualquer risco de incêndio enquanto passam o tempo livre nessas áreas", completou o porta-voz.
Fonte: G1/Minas Gerais