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Falsa enfermeira: acusada aponta empresários como responsáveis por esquema clandestino de vacinação contra Covid-19
Notícias Gerais
Publicado em 04/09/2024

FFalsa enfermeira: acusada aponta empresários como responsáveis por esquema clandestino de vacinação contra Covid-19

 

Aplicação ilegal de supostas vacinas aconteceu em março de 2021, dentro de uma empresa de ônibus, em BH. Nesta quarta (4), Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas e parentes dela foram ouvidos pela Justiça. Aplicação ilegal de supostas vacinas aconteceu em março de 2021, dentro de uma empresa de ônibus, em BH. Nesta quarta (4), Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas e parentes dela foram ouvidos pela Justiça.

Falsa enfermeira Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas em BH — Foto: Reprodução/Fantástico

A falsa enfermeira Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, acusada de participar de uma vacinação clandestina contra a Covid-19, passou por uma segunda audiência, nesta quarta-feira (4), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Em depoimento, a mulher apontou empresários de Belo Horizonte como os responsáveis pelo esquema

Em 2021, ela foi filmada, no pátio de uma empresa de ônibus, vacinando empresários e políticos mineiros que tentavam furar a fila da imunização. Em junho de 2022, a Justiça aceitou denúncia feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e, além de Cláudia, também se tornaram réus outras cinco pessoas, que foram ouvidas:

Igor Torres de Freitas e Daniele Torres de Freitas, ambos filhos da falsa enfermeira;

Junio das Dores Guimarães, genro;

Wagner Hudson Pinheiro Torres, irmão;

Ricardo Carvalho de Almeida, companheiro.

Entre os crimes julgados estão estelionato, associação criminosa, uso de documento falso e lavagem de dinheiro.

Depoimento

Em depoimento, Cláudia negou os crimes e alegou que apenas prestou serviços para os empresários. Segundo a mulher, ela foi procurada somente para aplicar as vacinas, que já estavam nos locais, dentro de caixas térmicas.

A acusada confirmou que foi contactada por alguns dos empresários que figuram como vítimas na denúncia e esteve em várias empresas, condomínios e apartamentos para fazer as aplicações. Ela também afirmou que, inicialmente, não sabia que os imunizantes seriam contra a Covid-19.

Ainda conforme Cláudia, os empresários negociavam os valores e organizavam as listas das pessoas a serem vacinadas — todas de alto poder aquisitivo, como políticos e executivos, as quais ela não teria como ter contato se não por meio deles.

Por fim, a réu negou que tivesse usado a carteira falsa apresentada pela Polícia Federal (PF) e disse que foi abandonada pelos verdadeiros responsáveis pelo esquema após a divulgação do escândalo.

Já o filho dela respondeu perguntas da defesa, enquanto a filha permaneceu em silêncio. O marido, o último a ser ouvido, contou que é músico, não tinha qualquer conhecimento das atividades da esposa e perdeu negócios em função do processo.

Primeira audiência

Em julho deste ano, dez testemunhas foram ouvidas durante a primeira audiência de instrução e julgamento do caso. De acordo com um dos donos da empresa onde os imunizantes foram aplicados, até o dia da vacinação clandestina, ele não conhecia a acusada.

À Justiça, o empresário disse que foi ao local para se vacinar a convite do irmão dele, que tinha feito o contato com Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas. Além de testemunha, ele é considerado vítima no processo.

A aplicação das supostas vacinas aconteceu no dia 23 de março de 2021, em uma garagem da Coordenadas, empresa da família Lessa, em Belo Horizonte.

Cada dose foi comprada por R$ 600. Na época, apenas profissionais da saúde e parte do grupo de idosos estavam sendo vacinados na cidade — ou seja, a contratação da falsa enfermeira era uma forma de burlar a fila da vacinação.

Durante as investigações, a Polícia Federal divulgou que a principal hipótese era de que havia ocorrido um golpe e que os vacinados teriam recebido uma dose falsa contra a Covid-19. Um laudo pericial confirmou que parte do material apreendido na casa de Cláudia era soro fisiológico e, não, vacina.

Além disso, exames realizados em alguns dos "imunizados" não detectaram anticorpos contra o coronavírus.

Fonte:G1

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